A juíza recusou duas vezes integrar as inquirições no processo invocando que da prova até agora produzida não resultava que a irmã de Carolina tivesse conhecimento directo dos factos relacionados com o processo.
Da parte da tarde, contudo, o procurador chegou a distribuir os autos de inquirição ao mesmo tempo que reiterou o pedido de junção dos documentos ao processo. Os advogados de defesa e a juíza estranharam que a primeira inquirição tenha tido início na Procuradoria-Geral da República, em Lisboa, à meia-noite e meia de 4 de Março, umas horas depois do arranque do julgamento em Gaia. A segunda ocorreu no dia 6, numa urbanização de Famalicão.
No primeiro depoimento, Ana Salgado explica que decidiu contar “toda a verdade” depois do que se passou no Tribunal Judicial de Gaia [agressão da irmã]. Contou que num encontro a sós com Pinto da Costa numa casa deste no Porto este lhe entregou um envelope com 500 euros para as “meninas”, as suas três filhas. Diz que foi depois um conhecido do líder portista que a ajudou a vender a casa e a arrendar a habitação, onde vive actualmente.
Como o marido estava desempregado decidiram criar, com a ajuda financeira de Pinto da Costa, de uma empresa. Para comunicar com o presidente do FC Porto este deu-lhes um telemóvel que só usavam para esse efeito. O capital social da empresa, cinco mil euros, foi-lhes dado em dinheiro. E todos os meses recebiam à volta dessa quantia. As contrapartidas, explicou Ana Salgado, eram depoimentos de acordo com o que lhe era solicitado por Pinto da Costa.
Também no que toca ao julgamento do sr. Pinto da Costa e do árbitro Augusto Duarte foi-lhe pedido por aquele que fosse dizer que a sua irmã Carolina estava acamada e, por isso, impossibilitada de ter visto o que quer que fosse. Ora sabe a declarante que isso não corresponde à verdade porque não estava lá em casa do sr. Pinto da Costa quando isso ocorreu”, lê-se no auto a que o PÚBLICO teve acesso.
Agostinho Homem investiga desde Julho de 2007 várias situações relativas ao Apito Dourado. Entre elas as declarações da irmã de Carolina Salgado, que levantaram suspeitas sobre a equipa especial do Apito Dourado liderada por Maria José Morgado e as ligações da sua gémea a Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica. O PÚBLICO tentou contactar várias vezes sem sucesso Pinto da Costa.
in Publico
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