A forma como o F.C.Porto marcou os seus golos no Restelo (sobretudo os dois primeiros) foi de tal modo enternecedora que por momentos julguei estar perante um treino da equipa de Jesualdo Ferreira à beira do Tejo. Os próprios equipamentos – ambos azuis – levavam a essa sensação, que aliás, com outras cores e protagonistas, não é nova, nem neste, nem em anteriores campeonatos.

O Belenenses e o Vitória de Setúbal são dois exemplos paradigmáticos dessa política, e como se pode ver no quadro abaixo, a eficácia das parcerias tem sido absoluta. Nem a distância geográfica impediu estes dois clubes de estenderem a passadeira ao seu “tutor”, beneficiando de um lote alargado de jogadores emprestados, oferecendo direitos de opção sobre as suas melhores revelações e, enfim, perdendo simpática e docilmente os seus jogos com o F.C.Porto, nos quais a suavidade competitiva posta em campo nada tem que ver com a extrema agressividade com que é disputada cada bola, sempre que Benfica ou Sporting se deslocam aos seus estádios. Se estas alianças permitem ao F.C.Porto conquistar vitórias e campeonatos, aos seus satélites (ou pelo menos aos seus adeptos, pois os dirigentes movem-se por vezes noutras águas) não têm manifestamente proporcionado grandes motivos para festejar. O V.Setúbal está falido e o Belenenses para lá caminha - um irá para a segunda divisão esta época, o outro numa das próximas. É de facto lamentável como dois emblemas históricos se prostituíram e auto-destruíram com o beijo de escorpião que Jorge Nuno Pinto da Costa lhes deu.
Falei aqui da escandalosa viagem do Belenenses a Angola dias antes do jogo com o F.C.Porto. Com ou sem dentes de marfim pelo meio, estou seguro de que a mesma não aconteceria noutra qualquer semana, antes de outro qualquer jogo. Quem tanto se indispôs por um célebre Estoril-Benfica disputado no Algarve, deveria estar atento a este Belenenses-FC Porto (e ao Belenenses-Benfica da semana passada), a esta viagem a Angola, à prestação de alguns jogadores, quer ex-portistas (Cândido Costa, por exemplo), quer pré-portistas (vai uma aposta sobre Mano?), e à forma simples e pouco esforçada como o F.C.Porto venceu no Restelo e consegue facilmente levar de vencida muitos dos seus, aparentemente mais difíceis, compromissos.

Não havendo investigação, há no entanto aspectos que a Liga poderia e deveria cuidar, e que ajudariam a dissipar esta nuvem de conluio e suspeição que só serve para afastar pessoas do futebol. Poder-se-ia começar por proibir o empréstimo de jogadores a clubes do mesmo escalão. Poder-se-iam impedir as transferências entre eles durante a época. Poder-se-iam também penalizar os pré-acordos com jogadores, à semelhança do que se faz em Inglaterra, ou até criminalizar toda e qualquer movimentação financeira entre clubes que disputem as mesmas competições, salvo durante o defeso.
Se isto não iria desinfectar totalmente os bastidores, pelo menos aliviaria a dependência à qual certos dirigentes ajoelham os seus emblemas, tomando cafés (ou chocolatinhos, ou fruta), recebendo com todas as honras e negociando (ajudando?) com criminosos condenados e em pleno cumprimento de pena.
Ainda bem que esta informação foi retirada de um blog isento...
ResponderEliminarNotícia do Jornal do povo.
ResponderEliminar"Benfica: Zoro cedido ao Vitória de Setúbal
02.02.2009 - 19h19 PÚBLICO
O central marfinense Marc Zoro foi emprestado pelo Benfica ao Vitória de Setúbal até ao final da temporada, confirmou hoje o clube da Luz.
O Benfica adiantou ainda que o avançado chinês Yu Dabao foi emprestado ao Olivais e Moscavide, da II Divisão (Série D)."
Quem é que anda a emprestar jogador a ver se amealha uns pontos?